Como se proteger do vírus HPV


Rita, historiadora de 32 anos, está solteira há quatro. Na busca por um homem para chamar de seu, saiu com Carlos, depois conheceu Flávio, pensou que ia engatar namoro com Beto... O fato é que, sim, transou algumas vezes sem proteção e, pior, passou todo esse tempo sem visitar o ginecologista. Quando finalmente marcou a consulta, teve uma surpresa assustadora: apresentava lesões causadas pelo vírus HPV do tipo agressivo - aquele que pode causar câncer de colo de útero. Resultado, está em tratamento há 18 meses. "Já me submeti a quatro cauterizações químicas e a médica recomendou ainda a raspagem da área afetada."

Katia, publicitária de 27 anos, namorava havia sete quando recebeu do ginecologista o diagnóstico de HPV. "Quase caí da cadeira. Como era possível? Fazia anos só transava com o Caio e mais ninguém!" Além de desconfiar que tinha sido traída, precisou passar por dolorosas cauterizações para dar fim às lesões que poderiam evoluir para câncer de colo de útero.

Histórias como a de Rita e Katia são cada dia mais comuns. O perigoso HPV (papiloma vírus humano) não faz distinção entre estado civil, idade e classe social - basta ter vida sexual ativa para entrar no grupo de risco. Atualmente, 80% da população mundial está exposta ao vírus a partir do momento em que começa a transar, 30% dos homens e mulheres adultos já estão contaminados e 1% terão câncer. E o panorama não fica por aí: estimativas mundiais indicam 500 mil novos casos por ano! Como o HPV consegue se disseminar tão rápido?

Imagine que Livia conhece João, abdômen de tanquinho, fôlego de gato, rosto de top model, e resolve dispensar a camisinha. Basta esse vacilo para correr o risco de fazer parte das estatísticas do vírus. E não pense que João estava escondendo a informação - ele pode ser portador sem saber. É isso mesmo: se quem vê cara não vê coração, vê muito menos atestado de saúde. O HPV, sorrateiro, pode ficar latente no organismo por até 20 anos. Não é à toa que estudos recentes da Santa Casa de São Paulo indicam que, no Brasil, 10 milhões de mulheres e 2,8 milhões de homens tenham algum tipo de HPV, que ocupa o primeiro lugar entre as DSTs. Sergio Mancini Nicolau, chefe da disciplina de oncologia ginecológica na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), vai além e alerta que estamos falando do mal viral com maior incidência em todo o mundo: 10% da população do planeta terá HPV durante sua vida sexual. Socorro!


FONTE : REVISTA NOVA

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